segunda-feira, 3 de maio de 2010

Disfarce...


Depois de certas coisas que vem acontecendo, eu simplesmente me tornei um zumbi de casa. Não faço mais nada, simplesmente porque eu cansei. Ontem a noite eu decidi começar a ler um livro, porque tinha que entregar hoje na escola. Ele se chama: “A Marca de Uma Lágrima” e tem uma história linda.
Analisando o livro e lendo-o com sensibilidade de músico, eu acabei percebendo uma coisa meio óbvia: eu tenho muito em comum com a personagem principal do livro. O nosso drama é super diferente, até mesmo porque eu ainda não sofri por amor, como eu já disse, eu procuro manter uma distancia confortável dele, mas apesar dos nossos dramas serem diferentes, nos parecemos o mesmo tipo de pessoa.
Eu aprendi sobe muitas coisas de um jeito terrível, mas procuro ensinar aos meus amigos da maneira mais doce possível, porque eu sei o que eu já sofri, e não quero o mesmo pra eles.
Mas isso não importa aqui, hoje eu queria escrever sobre a nossa semelhança mais óbvia: Todo dia, assim que a gente acorda, a gente veste uma “máscara”. Não porque nós somos falsos, nem fingidos, vestimos uma máscara, como se ela fosse uma armadura que nós vestimos, pra poder agüentar tudo o que a gente sabe que está por vir. Eu não sei como explicar, mas não que a gente não seja a gente mesmo, eu pelo menos visto a minha, de moleque brincalhão sorridente, que só fala besteira, porque eu acho que não tenho o direito de preocupar ninguém com meu sofrimento, com uma dor que é só minha. Não também porque eu não quero dividir com meus amigos a minha vida, mas a deles já é tão atribulada, que eu seria injusto de derramar sobre eles tudo aquilo que me aflige.
Mas por dentro, eu sei bem o que está acontecendo.
Eu não escondo quem eu sou, acho que eu posso dizer que não tenho esse costume, e nem o que eu sinto, eu simplesmente não consigo, “despejar” tudo sobre as pessoas que eu amo, porque eu estaria sendo injusto.
Hoje, o meu professor de química me chamou de ignorante, tipo burro sabe. Na hora eu quase entrei em fúria, mas parei depois de um tempo e pensei: “que culpa ele tem de ter feito esse julgamento sobre mim, é isso que eu aparento, é isso que a minha máscara permite que os outros que não me conhecem percebam.
Uma vez, a tia Ada(S2;*--*) me disse que gosta de mim de graça, porque, quem me vê de fora, pensa que eu sou um “moleque”, alegre, que só brinca, mas a hora que eu abro a boca, só saem coisas especiais dela. Poxa, eu fiquei todo bobo esse dia, porque é muito bom quando uma pessoa consegue enxergar o verdadeiro você! Não só seus defeitos e suas falhas, mas o que você tem de bom.
Por isso eu acho que não é errado eu usar essa máscara, imagina se eu saio por aí todo triste e acabado! Poxa, quem vai vir me pedir ajuda, me pedir um conselho? Ninguém! E não é isso que eu quero, eu não quero me tornar um inútil pra eles, e nem quero gritar num megafone que estou sofrendo, porque isso é completamente desnecessário, e eu não sou fraco, muito pelo contrário, eu me acho muito forte pelas coisas que eu tenho que agüentar, e ainda não caí do precipício sabe. Outra coisa que eu sei, é que as vezes, eu preciso ser forte por mim e pelos meus amigos, e o que seria de mim se não pudesse ampará-los? NADA! Eu não seria nada, eu não me consideraria nada! Não que eles dependam de mim, sabe, mas se eles me deram o prazer de desfrutar de suas companhias, quem sou eu para desampará-los? Fazê-lo não é mais que a minha obrigação! Eu amo a todos eles e todos são importantes na minha vida, então eu estou disposto a continuar usando esse disfarce...

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